Wednesday, March 19, 2008

Feliz dia, Papá!

Quando era pequenina e trabalhavas de manhã à noite, e pouco te via, tinha medo de ti, chegavas a casa e fazias-me caretas, eu fugia assustada e fechava-me no quarto. Pegavas em mim “pelas orelhas” e sentia-me a voar, sempre segura nos teus braços. Fazias-me torturas nas orelhas, davas-me beliscões, brincavas com os meus dedinhos, sempre a pegar comigo. Ainda hoje não sei por que teimo em sentar-me ao pé de ti, que não me largas! Ias buscar-me à minha cama ao fim-de-semana de manhã, preguiçávamos e trocávamos miminhos. E às vezes dizias lamechices que eu detestava, que achava injustas. Davas-me chocolate às escondidas (serás o culpado do meu vício?). Um de cada vez, almoçávamos fora só contigo, era à quarta-feira, não era? Era um dia da semana especial, que infelizmente deixou de se repetir há muito, muito tempo. Foste para longe, sempre em busca do melhor para nós, eu sei, mas foste para longe. E acho que, dos três, fui quem sentiu mais. Chocámos um bocadinho mais desde aí, desde essa altura, discutimos, trocámos “mimos”, mas se calhar não foi só isso. Foi também por de certa forma sermos tão parecidos. Fizemos jantaradas e bebemos uns copos a mais, rimos, falei-te de mim e ouvi a tua sabedoria. Agora sinto-nos iguais, na busca daquilo que achamos que merecemos e é o melhor para nós, para os nossos. Vives dias de ansiedade e sei que finalmente vais conseguir tudo aquilo que mereces e que já chega bem atrasado. Tenho muito orgulho na tua “obra” e gosto muito muito de ti. Feliz dia, Papá.
O “eterno bebé” da tua vida.

3 comments:

rute said...

Se fosse rapariga para lacrimejar, seria agora. Adorei, Natacha. Beijinhos.

G. said...

chocolate às escondidas? hein? é malandreco o teu pai!
beijocas

John River said...

O nosso pai é sempre o melhor do Mundo, mas o teu, definitivamente, está muito bem cotado. Parabéns!