Thursday, July 31, 2008

Até sempre...

Não poderia deixar que o dia de hoje acabasse sem vos dedicar algumas palavras. São elas de tristeza, de uma profunda mágoa, por ver extinguir-se um símbolo do Norte, de luta, de persistência.
O Primeiro de Janeiro.
Uma história de 140 anos que se esfuma assim, com dúbias explicações e poucas certezas, e sobretudo com uma gigantesca falta de carácter que não espelha, muito pelo contrário, a forma de estar deste jornal portuense.
Uma história de 140 anos em que entrei durante uns aparentemente curtos oito anos. Onde aproveitei cada linha do guião para aprender o mais que pude, até me cansar. De o ver cair, de o ver maltratado, de o sentir a dar-me pouco em troca. A mim e a todos os outros que lá deixaram a sua marca, o seu saber, o seu entusiasmo, o seu honesto trabalho.
Onde construí grande parte da minha vida de hoje e onde estarei ligada até ao fim dos meus dias. Pelo que tenho, mas também porque nunca lhe virei costas depois de sair. Porque quis manter-me ligada a ele.
Como lamento este triste desfecho. Vivi um dia mau, hoje, e vocês todos sabem que não poderia deixar de ir ter convosco. Perdoem-me se foram parcas as palavras, mas continuo incrédula, sem saber o que dizer, o que sentir ou pensar.
É com uma tristeza muito forte e com uma revolta imensurável que vos escrevo. Não há como qualificar a forma como vos deixam assim, sem chão, sem rede. Não é justo, vocês não o mereciam. Aplaudo a forma correcta e digna como se comportaram até ao fim desta história. Sois um exemplo de coragem. Por isso, com toda a certeza, este não será mais do que um simples ponto de viragem nas vossas vidas, o empurrão que é chocante mas que vos vai levar a voos muito mais ajustados para a vossa grandeza.
Coragem, amigos! O caminho que está à vossa frente apenas vos levará a dias bem melhores.

Wednesday, July 30, 2008

O primeiro almoço de domingo

Foi um dia para recordar. Pela primeira vez, o Pedro e a Maria Carolina foram almoçar a casa da Vovó e do Vovô. Já estavamos à mesa, antes de eles chegarem – os minutos passavam –, praticamente a fazer apostas sobre a hora a que conseguiriam passar a porta de entrada... Quando ouvimos a chave, não houve quem resistisse a ir à entrada dar as boas-vindas aos novos membros da família. Num daqueles carrinhos gigantescos, lado a lado, ela a dormir, ele de olho aberto, acabavam de chegar pela primeira vez a um lar que muitas vezes os abrigará. O pior vai ser conseguir pregar olho ali, quando lá estiverem o irmão mais velho e os dois primos... A luta, nesta visita de estreia, foi mesmo essa: conseguir manter os decibéis da Mariana, do Joãozinho e do Filipe a um nível minimamente compatível com o sono dos bebés. O Pedro e a Maria, com pouco mais de duas semanas, foram quem se portou melhor: dormiram, passearam de colo em colo, estiveram na caminha de olhos abertos... Sempre num sossego. Tão lindos, os meus sobrinhos!

Voltando a Rui Rio...

... Acho patético ver a Via Rápida e alguns pontos da cidade pejados de mupis a fazer publicidade ao «Sea Life». Típico deste executivo. A obra acabou de ser aprovada, já é chamada por todos de "oceanário"... Vai ser motivo de chacota, está-se mesmo a ver. E já há publicidade por todo o lado!
Na semana passada, qual não foi o meu espanto quando, alguns dias depois de terem arrancado as obras de acesso ao viaduto da Prelada, que existe há mais de 20 anos, me deparei com uma faixa verde de um lado ao outro da dita estrutura. Lia-se "Viaduto da Prelada: o acesso que faltava!". E era, naturalmente, da Câmara do Porto. Que desplante, senhor! A obra, além de ser aguardada há mais de duas décadas, estava prometida por Rui Rio para 2006. Pelos vistos, entretanto alguém teve um laivo de bom senso, e a faixa não mais ali esteve do que um dia.
A cidade está toda esburacada, há ruas em paralelo que destroem literalmente os nossos já sofridos carros e outras de alcatrão que já mais parecem de pedra. Não vejo a autarquia a fazer trabalhos de repavimentação numa única rua. Um só exemplo: a Rua Pedro Hispano, um ponto fulcral de saída da cidade, ainda hoje é em paralelo e tem valas e lombas dignas de um safari. Inacreditável! Na semana passada, porém, andaram a repavimentar a (nova) rotunda (em alcatrão) do Bessa, que, não sei se já disse, estava nova. Alguém pode explicar isto?
Os ecrans da autarquia espalhados pelo Porto, poucos, felizmente, continuam a analtecer os grandes (?...) feitos do executivo de Rui Rio ou a denegrir todos aqueles que o contrariam. O mesmo acontece no site da CMP. A cidade, para mim, continua parada e num clima de mesquinhez nunca visto. Mas disso falarei adiante.

Friday, July 25, 2008

Tear down the walls

Quarenta e cinco anos depois de John Kennedy, Barack Obama esteve em Berlim, onde discursou para uma frenética plateia de mais de 200 mil pessoas. Perante os nossos distraídos olhos, ontem escreveu-se mais uma página da história moderna e é certo que este dia será no futuro tão recordado como aquele do "Ich bin ein Berliner".
Apesar de não ter chegado a tanto, Obama declarou-se um cidadão do mundo e mostrou-se preocupado com a necessidade de Estados Unidos e Europa voltarem a unir esforços na defesa de vários objectivos comuns, sublinhando que não há maior aliado para os EUA do que o Velho Continente. Por isso, apelou, no local perfeito, à necessidade de derrubar os novos muros que dividem os povos.
Falando em frente à Coluna da Vitória – a chanceler alemã não permitiu que discursasse nas Portas de Brandenburgo, onde até hoje apenas falaram líderes, nunca candidatos –, o democrata levou verdadeiramente ao delírio os milhares de cidadãos que ali se juntaram. Desta forma provou que a Europa não virou costas aos Estados Unidos, mas sim ao vergonhoso reinado de George W. Bush, que continua a ter efeitos desastrosos em todo o mundo. Exortou uma "nova geração, a nossa geração, a deixar a sua marca na História". Barack Obama, com toda a certeza, já o fez.

Wednesday, July 23, 2008

Cif§ão??

É verdade que não costumo propriamente defender o presidente da Câmara do Porto, mas no que toca à demolição do Bairro do Aleixo, até que estou do lado dele. Mas isso não interessa nada para esta questão – independentemente de ter razão ou não, "Rio cabrão, só vê cif§ão (...)" é que não havia necessidade. Sempre achei que o insulto fácil imediatamente tira a razão a quem quer que seja.

Até se me choram os olhos...

Não consigo parar!!


Monday, July 21, 2008

Eu avisei...

...que o humor era de fugir.

A propósito...

Eu, que tirei um curso superior, aprendi não sei quantas línguas, sei mesmo tocar piano, até no ballet andei e tudo e tudo e tudo; eu, que trabalho desde os 18 ou 19 anos, vejo o chão a fugir-me dos pés, assim como infelizmente acontece a muitos como eu. Mas vejo outros, que não estudam, não trabalham, não pagam impostos, a receber dinheiro e direitos do Estado, a receber casas oferecidas, ou quase, pelo Estado, e a darem-se ao luxo de as escolher, rejeitar, não querer sair, não querer voltar, e por aí adiante.
Talvez se eu me despedir e despachar a casa a vida passe a correr-me melhor.

O País dos coitadinhos

Não querendo defender ninguém, que não quero mesmo, confesso que me intriga que ninguém ainda tenha referido o facto de aquelas imagens daquele pessoal aos tiros naquele bairro mostrarem pessoas que supostamente são vítimas e têm medo de voltar para casa armadas até aos dentes aos tiros no meio da rua. Eles, que alegadamente são vítimas e têm medo de voltar para casa, estão nas imagens aos tiros. Fui repetitiva?...

I'm back...

Estou de volta ao estaminé. E, posso assegurar-vos, o humor é do melhor...
Boa semana para todos!

Saturday, July 12, 2008

De férias...

Ao contrário do que possa parecer, este estaminé não está encerrado para balanço, obras, férias ou como sinal de protesto contra o que quer que seja. Eu, sim, entrei ontem de férias. Mas hoje, segundo dia de descanso, ainda não sinto aquela descontracção evidentemente fundamental para que possa desfrutar da melhor forma destes dias longe do trabalho.
Ora acordo cedíssimo porque a menina vai para a praia, ora acordo cedíssimo porque a menina tem a festa da escolinha. Ora respondo aqui a 328 "porquês", ora vou ali pela milésima vez dizer "tens de dormir porque amanhã vais acordar cedo". Prometo uma posta sobre os "porquês" da Mariana em breve - haja memória para fixar algumas das dezenas que surgem diariamente.
Claro que estou contente por estar de férias, não é isso. Mas os dias são daqueles que fogem muito, muito depressa, e ainda por cima tenho variadíssimas coisas daquelas bem boas para tratar - Segurança Social, Finanças (!!!!!!!!!!!!!!!...), documentos. Falta ainda ganhar coragem para tratar este dente que me anda a massacrar.
Agora, o que realmente está a bulir-me com os nervos é este Verão que não chega ao Porto. Não podendo sair daqui da metrópole, seria bom aproveitar uns raios de sol e fazer uma prainha, só um bocadinho, vá. Mas... Eu sei que está sol, mas é que tem estado frio! Estamos em JULHO, please!... E hoje estou aqui sentada a escrever e está um verdadeiro ciclone lá fora. Nem me dá vontade de pôr um pé fora de casa. QUERO CALOR, QUERO VERÃO!
E é isto. Desculpem lá qualquer coisinha, foi só um desabafo. E estava mesmo a precisar. Afinal de contas, esta casa é minha, por isso...

Tuesday, July 8, 2008

Já nasceram!...

... os meus queridos sobrinhos! Estão bem e recomendam-se. Parabéns aos papás. Façam o favor de ser felizes.

Monday, July 7, 2008

Desculpem, só uma dúvida...

Por que raio é que o JJ está sempre irritado com o mundo? E por que carga de água tem tanto tempo de antena?

Friday, July 4, 2008

A praga está de volta

Como poderão lembrar-se os mais atentos leitores deste berloque, há pouco mais de um ano postei um textito sobre a época de caça... aos mosquitos. Pois é, meus caros, este ano vem mais tarde, mas finalmente chegou. Ao contrário do calor.
Agora que acordo vezes infinitas de noite com medo que já seja hora de acordar a menina e prepará-la para a praia, chegaram também os odiosos, inúteis e temerosos chupistas voadores. Esta minha primeira luta, porém - e felizmente -, foi curta. E mortífera.
Duas horas. Durmo profundamente, drogada até ao tutano com antibiótico, anti-inflamatório, entre outros antis que não pretendo aqui descrever. Surge aquele ruído traumatizante no meu ouvido. Acendo a luz. Olho as paredes, o tecto, os candeeiros. Nada. Mais um filho da p... sabidola. Dez minutos de grande esforço para manter os olhos abertos e alerta. Nada.
Dez, quinze minutos depois, apago a luz. E passam-se apenas alguns segundos até que El Matador (obrigada à minha coleguinha pelo sugestivo nome) volte sorrateiramente a sobrevoar a minha cabeça. Acendo a luz outra vez. Está na minha mão. Onde tenho uma picadela. Mas eu não tenho coragem de o matar no meu próprio corpo, há que chamar o Exterminador habitual. Que, à primeira tentativa, não falha.
Aguardo com receio as noites quentes. Ainda assim, espero que cheguem.

Hinos à estupidez

Não é que eu perca muito tempo a olhar para os anúncios da televisão, mas, assim como reparo em anúncios muito bem feitos, também não sou indiferente aos mais estúpidos. Nestes casos que vou comentar, um é o próprio produto que é ridículo, o outro, é a publicidade que pode ser adjectivada da mesma forma.
1. - Nutela Snack and Drink. Estamos a falar daqueles copinhos que têm uns pauzinhos para pôr no chocolate. Nunca achei piada, mas tudo bem, cada um é como cada qual. Mas agora... Pauzinhos, chocolate e... ice-t??? É o produto mais estúpido da história! Podiam, já agora, acrescentar um bocadito de papel higiénico no mesmo pack, não vão os meninos, depois de matar a fome e a sede com este belo snack, ter vontade de fazer um cocó...
2. - Skip. "As crianças têm direito a andar com a sua roupa preferida". E aparece um puto vestido de Homem Aranha. Mas há algum estúpido que deixe o filho ir mascarado para a escola num dia normal só porque é a sua roupa preferida?... Dass... Como se já não tivesse bastado o "É bom sujar-se"!...