Executem-no!

Batam palmas todos, mas todos, regozijem-se, preparem-se para mais horas e horas de mal dizer e, já agora, dêem a estocada final. O homem passou-se de vez. Depois de um jogo péssimo – e o que fizeram os pobrezinhos dos jogadores pouco interessa, só vale mesmo é deitar o homem abaixo –, com más escolhas e trocas piores ainda, nervos de mais para homens tão profissionais e reconhecidos, o homem passou-se de vez. Esqueçam também o golo dois metros fora-de-jogo, porque quando somos roubados até é sempre bem feito e nós merecemos.
O homem é que é mesmo uma porcaria e merece ser enxovalhado. Como sempre. Porque é isso que todos anseiam há meses. Nunca ninguém o engoliu. O que se compreende, tendo em conta que falamos de uma selecção que coleccionava títulos atrás de títulos antes de ele chegar. Esqueçam também as campanhas que ele conseguiu, porque não ganhámos nada e de facto já estavamos habituados a ganhar sempre. Nunca ninguém o engoliu. Depois há os Decos e Pepes, cuja convocação também irrita os puristas. Puristas, mas nunca se lembraram, por exemplo, que o Bosingwa, nome tipicamente português, nasceu no Congo. Pois.
O homem passou-se de vez. Num país de brandos costumes, ao leme de uma selecção que sempre primou pelo bom comportamento e pelo desportivismo, envolveu-se numa cena de pugilato. Errado, muito errado mesmo. Nunca poderia acontecer. Mas aconteceu. Portanto, preparem as armas e disparem. Não era isso que todos queriam?