Thursday, September 27, 2007

Nervos

Irrita-me quando arranjo um bocadinho de tempo para mandar uns bitaites e esta porcaria está toda entupida e não consigo sequer fazer login. Vai daí, este é o primeiro que passa antes pelo Word, na esperança de mais tarde conseguir divulgá-lo ao mundo.
Não tenho grande coisa para divulgar, é certo, e as minhas palavras podem não interessar nadinha, mas sinto-me no direito de escrever no meu espaço quando me apetece. Ora essa…
Irrita-me saber que estamos num País onde tudo parou porque fizeram sabe-se lá bem o quê a uma criança inglesa, sentir que todos ficámos envolvidos numa enorme teia da qual não se vislumbra qualquer saída lógica e justa. E que tantas outras coisas ficam esquecidas.
Irrita-me saber que estamos num País em que uma criança entregue aos três meses a um casal lhes seja tanto tempo depois arrancada dos braços. Pondo de parte quem tem culpa entre os adultos, esta criança certamente não a tem, está a sofrer, vai sofrer muito mais ainda, e ninguém, ninguém, parece minimamente preocupado com ela.
Irrita-me uma mãe que mata uma filha à porrada ter o desplante de dizer em tribunal que lhe deu um pontapé porque ela entornou leite na roupa e que foi de raspão, sem querer, sem intenção de magoar. E ainda afirma que dá o mesmo tratamento aos outros filhos. Quantos anos ficará na prisão?? E os outros filhos? Mais sofredores…
Dói-me ser mãe e pensar e sentir o sofrimento de tantas crianças que o único erro que fizeram foi vir a este mundo estúpido, duro, injusto. Dói-me mesmo, sofro ao pensar nelas e às vezes até temo ser fraca de mais para encarar tanta crueldade.

3 comments:

Carla Teixeira said...

Infelizmente, diante de casos destes não temos muito mais armas do que a indignação e a revolta. Podemos lutar contra fenómenos tão brutais como estes? Haverá formas de travar gente assim? Partilho do teu desalento, e dessa ira que dá vontade de matar toda essa gente à pancada. Mas uma coisa sei: essa força que tens dentro de ti, nesse orgulho de ser mãe, vai reflectir-se na Mariana que, certamente, vai tornar-se uma cidadã de excelência. Obrigada por isso. Por contribuíres com o que tens de melhor, para um mundo mais feliz.

João Feijão said...

No mundo sempre existiu desespero, desalento, injustiça e crueldade. Não é de agora. Na China, na India, no Paquistão, para não falar de África, existem milhões de crianças que nunca foram amadas e nunca saberão o que é ter uma família. Se pensarmos só no sofrimento não vamos com certeza sobreviver. Mas o céu é azul,o chocolate sabe bem, o sorriso do meu flho é lindo e o seu abraço o meu melhor momento do dia. Para além disso é bom viajar, receber um obrigada de alguém que nos está grato, é bom ter amigos, é bom saltar e cantar alto num concerto, é bom ir á praia e tomar banho no mar. É bom descansar no sofá. E para sobreviver tenho que pensar em todas as pessoas boas que conheço que são certamente muitas mais que as outras. Tento diariamente viver com um sorriso nos lábios (às vezes é dificil), para que o meu filho pense que a vida é mais azul que cinzenta, que são mais os momentos alegres que os díficeis, que vale a pena tentar sorrir todos os dias. As injustiças começam em nossa casa. As do mundo são um prolongamento destas. Por isso sorri!

Natacha said...

Obrigada. Obrigada mesmo. :)